Cerca de 2.000 funcionários da Starbucks fazem greve em mais de 100 lojas nos EUA

Mais de 2.000 funcionários em 112 filiais da Starbucks estão programados para participar de uma greve de um dia nesta quinta-feira (17), conforme anunciado pelo sindicato que vem organizando as lojas desde o ano passado. A paralisação visa protestar contra a retaliação sofrida pelos simpatizantes sindicais em todo o país e também contra a suposta recusa da empresa em negociar o primeiro acordo trabalhista com o sindicato, mesmo após 264 lojas terem votado a favor da representação sindical quase um ano atrás.

O sindicato afirma que a greve é uma demonstração de determinação para acabar com retaliações antissindicais e forçar a empresa a se envolver nas negociações. Cada loja individual teve a opção de participar ou não da greve nacional, e embora muitas lojas já tenham realizado breves paralisações por questões específicas, esta é a primeira ação nacional.

Tyler Keeling, um sindicalista de 26 anos que trabalha em uma filial da Starbucks em Lakewood, Califórnia, há seis anos, comentou: “Isso é para mostrar a eles que não estamos brincando. Queremos acabar com a retaliação antissindical deles e forçá-los a negociar”.

A greve ocorre no “Red Cup Day” da Starbucks, quando a empresa distribui copos reutilizáveis de fim de ano em determinadas compras de bebidas, oferecendo descontos e pontos de bônus extras em futuras compras. O sindicato chamou a greve de “Rebelião do Copo Vermelho” e está distribuindo copos vermelhos do sindicato aos clientes.

Não está claro quantas das lojas afetadas pela greve conseguirão permanecer abertas durante o protesto. Tyler Keeling destacou que realizar a greve em um dia de grande movimento de clientes é uma estratégia eficaz para chamar a atenção para as práticas antissindicais.

A Starbucks ainda não se manifestou sobre a greve, mas em declarações anteriores, negou retaliação contra apoiadores sindicais, atribuindo a falta de progresso nas negociações ao sindicato. No entanto, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas entrou com um pedido no tribunal federal para uma ordem nacional de cessar e desistir, buscando impedir que a Starbucks retaliasse contra os apoiadores do sindicato. O processo destaca um “número e padrão de práticas trabalhistas injustas” por parte da Starbucks, especialmente demissões, contra os apoiadores sindicais em suas lojas.